quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Christmas holidays at home

Esse ano fui grounded durante Natal e Ano Novo. Depois de dois titanics financeiros (encalhada em Barcelona em abril pela nuvem de cinza vulcânica do Eyjafjallajokull e depois semi-encalhada no Brasil em agosto depois da falência da Mexicana de Aviación), era bem óbvio que o nosso Natal seria em Londres mesmo (se não fosse por dinheiro, ia ser por medo da urucubaca mesmo - caveira de burro dentro da mala?). No início tentei me consolar pensando em quantas pessoas não adorariam passar o Natal em Londres e mesmo em quantas não estariam pagando uma fortuna pra fazer isso mesmo. Depois pensei na minha família muito possivelmente na Praia do Rosa, aproveitando horrores de sol e vistas incríveis e suspirei fundo, fuuundo, aqueles suspiros de resignação mais em linha com o clima Europa em Plena Crise Financeira + Inverno Mais Frio dos Últimos 100 Anos.

Quando as férias começaram, eu estava tão cansada que comecei a apreciar o fato de não ter que sair correndo/esquiando no meio da neve pra comprar presentes de Natal e em seguida me enfiar, 50% em pânico de algo dar errado, 50% em pânico puro e simples, num desses manicômios chamados Heathrow ou Gatwick em época de holidays. A partir do momento em que as notícias sobre voos cancelados/atrasados/gongados começaram a aparecer, e a só se falar disso em todo o Reino Unido, aí sim olhei pro céu e agradeci a Deus por ter me poupado.
Mais um desastre turístico esse ano e minha sanidade mental ia ficar seriamente comprometida.


Já nevou bastante, mas mesmo assim não foi nenhum horror pra quem ficou por aqui e não tinha planos de sair da cidade. No dia 18, quando nevou horrores, o dia inteiro praticamente, ficamos preocupados pela primeira vez, porque íamos ver Soulwax + 2manydjs na Brixton Academy, e não pode ter cinco centímetros de neve nessa cidade que tudo pára. No fim deu tudo certo e a noite foi ótima, conseguimos ver 2manydjs pela primeira vez depois de perdê-los duas vezes por motivos bizarros, uma vez em Ibiza e outra por aqui mesmo. Adorei, valeu a espera, o show foi incrível (ainda que curto).


(imagem emprestada daqui)

Esse show aliás estava sold out há muito tempo, mas uma amiga tinha entradas extra. Tenho achado a coisa mais difícil comprar ingressos pra eventos populares como esse. No momento que vão ao ar na Ticketmaster, parecem imediatamente esgotar. O mais ridículo é que a Ticketmaster tem um site de marketplace, ou seja, um site onde pessoas podem vender e comprar ingressos de outras. É o cambista institucionalizado. Nós usamos Seatwave ou eBay mesmo.

Este foi o primeiro fim de semana. Na segunda as ruas ainda estavam cheias daquela neve suja e remexida, que começa a derreter e tombar com todo mundo que se atreva a andar muito por aí. Resolvemos então matar as saudades de uma picanha com um steak qualquer. Perto de casa tem o Meat & Wine Co., nem de longe meu tipo preferido de lugar, mas totalmente serve pra esses desejos súbitos de steak. Pedimos dois Namibian rib-eye steaks e a garçonete começou a explicar que 'sabe, os bois na Namíbia são criados livres na pastagens, então têm que correr bastante pra fugir das chitas que tentam comer eles, por isso a carne pode não ser TÃO macia quanto a inglesa.. Mas por outro lado isso significa que o bife de vocês era um dos bois mais rápidos hihi'. Não sabia se a) ria educadamente; b) chorava de dó do pobre boi, uma vida toda correndo de chita e acabando no meu prato; ou c) encarava a moça e dizia 'olhaqui se este bife estiver DURO, vai voltar pra cozinha djá'.

No fim o bife estava bão, as batatinhas bouas, o molho picante e o vinho me abobou beyond complaints. Um pouco caro mas suculento.

Quarta-feira, um passeio cultural (que não vivo só de steak e música eletrônica). Super recomendo aliás, porque foi muito interessante - a exposição High Times, na Wellcome Collection, ao lado de Euston Station. A exposição é sobre o papel e a influência das drogas na sociedade, desde tinturas de ópio no Egito antigo até os dias de hoje, passando por todas as principais drogas (hoje ilícitas) e incluindo artefatos, pinturas, fotos, vídeos. Tem um da BBC em que um cara do governo toma mescalina e é entrevistado por algum entrevistador famoso, só pra ver o que acontece. Não é uma exposição grande e eles oferecem um guia impresso pro visitante seguir a ordem certa dos temas e ler explicações sobre os objetos. Gostei desse método, prendeu minha atenção bem mais do que quando ando por uma exibição meio sem rumo, sem ter certeza da ordem ou da relação que os objetos têm uns com os outros.



Quinta-feira, um pouco de exercício - patinação no gelo no Museu de História Natural! Fiquei orgulhosíssima porque caí uma vez só (de joelhos) e só tinha tentado patinar no gelo uma vez na vida há 20 anos atrás (sem nenhum sucesso). Paul, que é uma bailarina on ice, me ajudou e logo estava patinando e dando close sozinha (brigada Frank pela foto!).


Depois dos patins, uma jantinha em um dos meus restaurantes asiáticos preferidos, Cha Cha Moon (dica da Janeth), em Piccadilly. Bom e barato, é uma mistura de chinês, malaio, coreano, tailandês.. O forte são os noodles e eles têm um bolinho de turnip (nabo) com broto de feijão e camarão seco absolutamente delicioso. Adoro também pedir a cerveja chinesa GRANDE e tomar sozinha. Meu prato preferido lá até hoje é o Curry Prawn Lao Mian, um noodle seco e picante.


Na véspera de Natal amigos muito fofos tiveram a maravilhosa idéia de organizar uma ceia na casa deles, e me salvaram de tentar assar um peru.. Nunca fiz isso e não tenho a menor idéia de como. Tivemos uma ceia ótima, divertida e deliciosa, com turkey and all the trimmings e cheesecake de cereja adquirido por mim. Não, também não sei fazer sobremesas, um fracasso. A única coisa chata foi ter que ir embora cedo, porque o transporte público fecha completamente à meia-noite pelas 24 horas seguintes - e os táxis cobram uma fortuna. Mas um milagre de Natal aconteceu e pegamos o último metrô em Farringdon e chegamos em casa obesos e salvos.



No dia seguinte, não muito pra fazer. Tudo fechado, nenhum transporte, saímos pra uma caminha de casa até o Hyde Park. Levamos 45 minutos andando com calma, tão perto, não tinha me dado conta. Estava lindo, adoro caminhar no inverno. Nunca tinha visto o Serpentine Lake congelado.


Dia 26, Boxing Day, resolvi ter KORAJ e dar um pulo no shopping pra ver que tal as liquidações. Pra quem não sabe tem uma liqidação geral todo ano dia 26, as famosas Boxing Day sales, e eu nunca fui - porque estava celebrando o Natal na boate nos meus dois primeiros anos aqui. Sempre ouvi dizer que é uma loucura completa - descontos de 70%, pessoas se estapeando, compras compras compras. E olha, é mesmo. Fiquei no shopping no máximo uma hora, comprei uma coisinha que queria e fugi da multidão ensandecida. Parecia a semi-final da Libertadores esse ano. Anyway, tradição né? Tinha que ir lá conferir uma hora ou outra.

E ontem finalmente voltamos a um restaurante que amei mas ainda não tinha voltado, Tayyab's (Janeth, a terrível, once again), também bom e barato, aliás baratíssimo e lotadíssimo como sempre. Todos aqueles restaurantes indianos semi vazios em Brick Lane e o Tayyab's bombando em plena terça-feira, com uma fila imensa. Não vá sem uma reserva, eu digo. Favoritos: paneer frito, costeleta de cordeiro e abóbora com dhal. YUM.

Então acho que mesmo sem muito dinheiro e sem passagens aéreas o holiday está kicking ass. Tudo que eu precisava, além de horas sem fim de preguiça absoluta, livros e filmes. Esperando agora pelo ano novo - should be good too! Porque sou um ser humano muito melhor quando estou de férias.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Um pulinho no Cipó

Férias de verão no inverno - ainda bem que é o do Brasil! Campinas, São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. Prioridade: família, amigos, comida caseira e conversa mole. Até agora só fomos a um lugar novo - dois dias na Serra do Cipó, a 100km de BH. Horrores de saudade da roça mineira! Vieram à mente várias outras viagens e histórias engraçadas com o mesmo cenário, oito ou dez anos atrás. Sem fotos digitais pra comprovar, aliás, porque demorei séculos pra comprar uma câmera moderna. Conceição do Ibitipoca, Serra da Canastra, Pocinhos, Delfinópolis, tudo calcário e água gelada escorrendo pra todo lado. Pinga local, pão de queijo, café e prato feito de carne, arroz, feijão, batata frita, salada e farofa. Caldo de mandioca, trilhas sem fim, terra vermelha, poeira, calor de dia, frio de noite, porque essas viagens a gente sempre inventava no inverno.

Mesmo em pleno agosto dá pra aproveitar as cachoeiras do Cipó. Belzonte e região são mesmo um sertão (como diz a vó), um calor dos infernos all year round, e no inverno não precisa preocupar com a chuva, só com as alergias da vida - por causa do mega poeirão que se instala e não vai embora até as chuvas finalmente vierem.

Essa mini-viagem ao Cipó foi uma versão mais confortável dessas outras, já que desta vez a gente ficou numa pousadinha em vez de um camping e não andou quase nada até cachoeira nenhuma, porque a intenção era só descansar, curtir e assuntar mesmo. Chegar lá é fácil demais (vindo de Belo Horizonte, são só 100km muito bem sinalizados e asfaltados).

Em fins de semana e feriado o lugar fica bem cheio. Tem muitas pousadas no Cipó, mas se você puder se dar ao luxo de ir enquanto todos trabalham e vão à escola, pode ir sem fazer reserva e bater de uma em uma até achar um preço que te agrade (leia-se: eu fiquei no carro e azamiga bateram de porta em porta, porque elas são tudo e muito pacientes). Onde ficamos definitivamente não é importante, porque deve ser muito parecida com a maioria das outras pousadas - quarto com banheiro, cobertores daqueles que pinicam (todos os cobertores me pinicam) e café da manhã mineiro (super lovely pra quem não é de Minas e 'mínimo necessário' pra quem é). Na verdade não lembro o nome da pousada nem onde era, só sei que o dono era o seu Orlando negociamos o preço de 150 reais por dia por dois quartos de casal (37,50 por pessoa). As casas lá tem fossa, então se o encanamento for malfeito há o risco de que seu banheiro cheire muito mal depois de banhos e descargas. O nosso superou as expectativas, não dava nem pra entrar depois. Mas por uma noite apenas foi suportável.

Quando chegamos ao Cipó também checamos a possibilidade aproveitar o gentil oferecimento de um amigo da vó - dormir de graça no seu chalé. Fomos conferir a casinha, mas quem foi lá por último definitivamente não fez aquela faxina de despedida, deixando o cenário familiar demais pra mim, que assisti Evil Dead oito vezes. Já imaginei um porão, uma fita maligna.. Deixa pra próxima. Decidimos ir direto pra cachoeira e cuidar da acomodação mais tarde.

The Evil Dead cabin.

A Cachoeira Grande é a de mais fácil acesso (a 5km do centro, mais uma caminhadinha de nada) e segundo dizem, tem que visitar na baixa temporada mesmo porque do contrário é uma farofa insuportável. Pelo que eu entendi, praticamente todas as cachoeiras do Cipó ficam em propriedade particular e hoje em dia esses proprietários cobram uma taxa aos visitantes. Digo hoje em dia porque nem sempre foi assim; vó e Janeth são cheias de histórias sobre the good ol' days quando caminhavam por lá à vontade e ninguém se importava. Isso mudou bastante e alguns lugares chegam a cobrar 15 reais por pessoa para a visita. Na baixa temporada, mais uma vez, é diferente: dá pra conversar e conseguir descontinhos.


Eu particularmente adorei a Cachoeira Grande. Não tinha uma alma viva lá e o cenário é mesmo lindo. Tomamos sol na pedra, nadamos nas águas polares (eu molhei o pezinho) e tivemos um dia fantástico.

Depois da cachoeira e de achar uma pousada, tinha que matar a saudade do PF mineiro. Um dos mais tradicionais lá é o Restaurante do Marquinho, barato e a comida é uma delícia. Adoooro essa mania de misturar no mesmo prato arroz, feijão e macarrão. Comoassim. Mas acho que no quesito PF nada ainda superou os do Vale do Capão, na Chapada Diamantina. Tinha até abóbora refogada com pimenta.

A cachoeira do dia seguinte foi um pouco mais longe. Vó queria sair da cidade e nos mostrar a serra, de verdade, subir morro e tudo. Então fomos de carro até a Cachoeira da Caverna (a mais ou menos 30 km do centro, com uma caminhada de 10 minutos). Não vi a tal da caverna, mas também não entrei embaixo da cachoeira pra conferir. Não não, prefiro ficar com os calangos no sol, muito obrigada. Ficar perto da cachoeira era um pouco desconfortável, porque é um barranco de pedra, então subimos o rio pra encontrar um lugar melhor. É bem gostoso ali, no alto das pedras, se bem que longe da água.


Another lovely day e a hora de voltar chegou. Foi mesmo um pulinho. Com certeza voltaria ao Cipó pra conhecer outras cachoeiras e fazer trilhas, talvez até acampar em áreas menos exploradas do parque? Pesquisando dá pra ver que o Cipó oferece toda sorte de atividade, de escalada a cavalgadas. Alguns sites interessantes são o Portal Cipó, Serra do Cipó pelas listas, e Viagens Maneiras pelas dicas. Observe a dos carrapatos! Felizmente não importamos nenhum pra BH.

O Cipó foi uma nova experiência, mas me deixou super nostálgica. Foi um pouco como voltar no tempo, aquelas viagens e lugares tão familiares pra mim uma década atrás. Tovéia?

sábado, 5 de junho de 2010

Londoning


Wednesday


1. Hunterian Museum. História da cirurgia e curiosidades médicas. Quer ver o esqueleto de um gigante irlandês? Um tumor de quatro quilos? Ratos com as tripas pra fora dentro de vidrinhos antigos? Bem antes ou bem depois do almoço, please. Interessante e grátis.


The Royal College of Surgeons of England
35-43 Lincoln's Inn Fields

London WC2A 3PE
020 7869 6560


2. Melhor custo-benefício no quesito corte de cabelo em Central London. Em português ou inglês eles arrasam.

3. Bi Bim Bap. Já entrou pro meu top 10 restaurantes barateiros em Londres.
O nome do lugar é também o nome de um prato popular da Coréia e significa "arroz misturado". É uma cumbuca de cerâmica (dolsot, vem quentíssima) com arroz e legumes e/ou carne e um OVO FRITO por cima. Antes de comer deve-se misturar tudo junto com pasta de missô e com gochujang (pasta de pimentão vermelho picante) fazendo um mexidão. Prove! E prove o macarrão com frutos do mar, uma delícia. 15 libras por pessoa em média (entrada + prato + drink).


11 Greek Street
London W1D 4DJ

0207 287 3434

4. Comprar livros usados nas lojinhas da Shaftesbury Avenue (Belle de Jour, de Joseph Kessel, e The Years, de Virginia Woolf - 6 libras pelos dois!).

5. Assistir Macbeth com uma trupe de teatro de rua à beira do Tâmisa, grátis.

Friday

Passar o dia em Richmond Park. Primeira vez que eu fui lá pra passar um dia inteiro. Andamos de bicicleta (quem não tiver, pode alugar lá pelo preço bizarro de 9 libras por hora), caminhamos, vimos pencas de veados, coelhos, pássaros e esquilos (faltou a Bela Adormecida). Fizemos piquenique perto do lago e penduramos uma rede nos carvalhos de 500 anos. Pra mim o mais divertido não é deitar na rede (30 real em qualquer praia brasileira), é ver e ouvir a reação dos nativos: "olha só! como é o nome daquilo mesmo?", "nossa, que exótico, onde você comprou?" e "posso experimentar?". Olha o abuso!


Tomar uma pint na beira do rio, ao lado de Hammersmith Bridge.

Foto roubada daqui. Roubaram minha câmera /Sem previsão de quando vou comprar outra...

Adoro Londres no calor.

Amanhã, free concert em Finsbury Park!

Breaking News 10/5/10

The VICTORY PARTY TO END ALL PARTIES, RAGE AGAINST THE MACHINE ANNOUNCE SUPPORT ACTS FOR FREE GIG: Gallows, Roots Manuva and Gogol Bordello - 6th June 2010

DOORS OPEN 2.00
GALLOWS 5.20
ROOTS MANUVA 6.30
GOGOL BORDELLO 7.35
RAGE AGAINST THE MACHINE 8.50
CURFEW 10.30

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Gauthier Soho

Terça-feira de análise em grupo - três drama queens e um psiquiatra amador. Uma pena, porque o local e a comida foram bem interessantes. Vamos a ele:

O restaurante. Cozinha francesa e fyna, favor reservar e tocar a campainha na frente senão eles não abrem a porta pra você.

O menu. Tem dois menus no almoço: um de três courses
(25 libras, 33 se você quiser adicionar meia garrafa de vinho por pessoa) e um taster menu de seis (por 70 libras! a bit much). Escolhemos a primeira opção, com quatro opções de entrada, prato principal e sobremesa intercambiáveis - se você quiser pedir duas entradas e uma sobremesa, ou dois pratos principais e uma sobremesa, pode. Mesmo porque as porções são francesas, petit.

Escolhi vieiras à manteiga com limão, salsão e creme de crustáceos como entrada, seguido de um risoto de trufas ao caldo de frango. O couvert que eles servem é uma delicinha: umas cenourinhas, mini breadsticks, canapezinhos e pesto, acompanhados de uma variedade de pães (com queijo parmesão, alho, ervas, etc..). De sobremesa não quis nada doce, escolhi a tábua de queijos que era grande pra uma pessoa e bem deliciosa, com quatro tipos de queijo, frutas secas e charcoal cheese crackers.


O serviço. Excelente, com um garçom sempre a disposição pra puxar sua cadeira pra você e explicar tudo nos mínimos detalhes, e um sommelier pra combinar os vinhos com a comida e explicar tudo nos mínimos detalhes. É um lugar pra quem gosta de explicações.

E? Uma delícia o risoto (especialidade do chef). O segundo melhor que eu já comi (o primeiro lugar ainda é do risoto de camarões e tangerina do Mokambo). Porções pequeninas, lugar silencioso demais, muito formal. Vinhos deliciosos. A experiência toda saiu por 40 libras por pessoa - nada mal pra esse tipo de lugar.

Gauthier Soho
21 Romilly Street
London W1D 5AF
020 7494 3111
* horários aproximados
www.gauthiersoho.co.uk

terça-feira, 1 de junho de 2010

Voltei

Quase um ano e meio sem postar. Não respondi emails de alguns leitores, nem sequer acessei o blog esse tempo todo. Nem sei se alguém ainda lê isso aqui. Mas vamos lá. Dá até preguiça de recapitular; ainda assim tem um backlog de viagens que quero contar de um jeito ou de outro, nem que seja aos pouquinhos. Feriados de praia em Choroní, Morrocoy e Cuyagua, um trekking de seis dias em Roraima em abril do ano passado, Isla de Coche em maio, uma semana em Salvador em junho, Natal em Toronto e quase duas semanas em Barcelona em abril. E, claro, não moro mais em Caracas e sim em Londres.

Pois é. Troquei o sol pela chuva, o calor insuportável pelo friozinho que nunca passa, um apartamento enorme e grátis que eu odiava por um pequeno e caro que eu amo (!), os alunos grandes pelos pequenos, a malcriação caraquenha pela frieza londrina, as arepas e pabellon pela tomato soup e curry, a praia pelos parques, a cerveja aguada pelas stouts e ales. Ganhei, perdi. É fácil olhar pra trás e lembrar só das coisas boas. Olhar pra frente e se assustar. Essas são algumas mudanças. De igual continuam as viagens, os restaurantes, a inquietação e uma dor na alma que parece não ter cura. Alguma sugestão? Ah, e continuo a ter vizinhos que adoram uma obra. Hoje mesmo começou uma nova aqui do lado.

Vamos ver se eu crio vergonha na cara de verdade e começo a escrever aqui de novo. Bronca minha em mim mesma! Toma jeito, inferna.