Existem três jeitos de chegar à Isla Margarita. De ferry partindo de Puerto La Cruz ou de La Guaira (essa cidade é pertinho de Caracas, mas essa rota nem sempre está ativa), ou de avião de diversos lugares da Venezuela e do mundo. Conheci uma inglesa que me contou que existem vôos DIRETOS de Manchester, UK, para Margarita. Uau! É, de longe, o destino turístico mais popular da Venê. Euquesei!
A viagem de ferry leva aproximadamente duas horas partindo de Puerto La Cruz. O ferry é confortável, mas não comam os sanduichinhos que eles vendem à bordo... Ou tá, comam, mas depois não digam que não avisei. Nunca pensei que o mix pão de forma-queijo-presunto pudesse dar errado, mas eles conseguem a proeza.
De lá fomos para o hotel... o nome é Las Palmeras e fica na praia mais muvucada da ilha, Playa El Agua. Eu recomendo o hotel apesar de eles não terem deixado a gente fazer check-in só uma horinha antes da regra, que é três da tarde. Porque afinal a ilha estava vazia, e o hotel mais ainda!
Whatever, fomos acalmar o siricotico num bar da praia que eu amei, propriedade de uma família britânica de Portsmouth que estava viajando pelo mundo e parou em Margarita... pra servir os MELHORES drinques que eu tomei em TODA a minha estadia na Venê so far e ainda os obrigatórios bacon rolls, jacket potatoes, fish and chips e English breakfast. Infelizmente eu não me lembro do nome do bar, só posso dizer que é na areia da Playa El Agua (que é imensa, eu sei) e relativamente próximo à calle Miragua. Mas é só perguntar onde é que tem uns gringos brits...
Nesses hotéis de Margarita é muito comum oferecerem o pacote todo incluido, que significa café da manhã, almoço e jantar plus drinques nacionais à vontade.
Uia! Estávamos neste mesmo, mas antes do povo se empolgar com os drinques à vontade, tem a pegadinha: NACIONAIS. Ou seja, fora a cerveja pilsen que é roughly a mesma coisa em todo lugar e o rum que é produto da Venê, imagina só: vodka, uísque e tequila venezuelanos. Umas garrafas suspeitérrimas! O bom é que a amiga pode literalmente se entupir de cerveja na praia. Os hotéis geralmente têm um barzinho pra serviço na areia. E este também oferecia hambúrgueres como snacks, o que era bacana. Haja esteira para reformar a pança depois.
O Las Palmeras fica a uns 150 metros da praia, tem piscina, quarto com TV a cabo e ar condicionado e sistema hidráulico bizarro. Às vezes eu ligava o chuveiro/banheira e parecia que um avião estava pousando no hall, tal a barulheira nos canos. E a administração desligou a água um dia de manhã e à noite (curiosamente os horários de maior uso NÉ?) para manutenção sem aviso prévio. O cardápio é super-limitado - igual no almoço e jantar, os mesmos três pratos com dois tipos de saladas e três acompanhamentos - pensem bife, frango ou peixe grelhados e vegetais plus arroz ou batata. E sempre faltava alguma coisa...
De positivo, com certeza o staff, que é simpático e prestativo, o ar condicionado moderno e a área da piscina, com barzinho... Acho que a nota final do hotel é definitivamente seis. Porque se na baixa temporada o hóspede tem que conviver com esses fuckups que eu citei, imagina na alta...
Se você não está de carro na ilha, pode alugar ou andar de táxi, mas os últimos são meio caros. Combine o preço ANTES, como em qualquer outro lugar da Venê ou do mundo e região que não use taxímetro. Fomos de táxi à Playa El Yaque, um lugar que adoreeeei. Cheio de gente de windsurf e kitesurf, hotéis na beira da praia, quiosques bacanas e mar como uma piscina, de tão calmo e raso. Prepare-se pra gastar dinheiro alugando as cadeiras e toldos disponíveis, são bem caros.
A vida noturna de Margarita eu não exatamente conferi. Era muito sol e muitos drinques e uns filés grelhados muito grandes na janta, então eu virava abóbora bem cedo. Perto da Playa El Agua tem um moooonte de bares e restaurantes e alguns lugares pra dançar também, só que na baixa temporada ficam meio (bem) vazios. No entanto se há interesse em conhecer gringos europeus para um intercâmbio cultural (haha) essa é a hora, porque é quando eles pousam lá, na maioria holandeses e alemães. O problema é que as prostitutas da ilha também sabem disso e lotam os poucos bares com algum movimento... E isso não é particularmente bacana.
No nosso último dia em Margarita resolvemos alugar a amiga que estava de carro e fomos até uma praia bem distante, chamada Punta Arenas. UAAAAU que linda! Areia clara, água idem, vazia, dia maravilhoso... Horrores de uísque pros meninos e vodka pras meninas. Margarita é duty free area desde os anos 60 - meus amigos venezuelanos dizem que já foi muito mais interessante para compras, porque hoje em dia a qualidade dos produtos disponíveis caiu, mas ainda assim é muito bom para bebidas, cigarros e outras bobagens.
Minha lombriga do consumismo hoje em dia está muito mais domada e eu não trocaria dia nenhum na praia pra sair por aí fazendo compras, mas pra quem estiver a fim, pode ir ao Sambil, um shopping center enorrrrrme que tem de tudo e é seguro.
Depois de tudo isso não é de se admirar que eu tenha voltado uma baleia marrom pra Caracas. Todo fino!