quinta-feira, 10 de abril de 2008

Isla Margarita II, o Retorno


Voltei à Isla Margarita na Semana Santa
. Desta vez com quatro (novos) amigos. Não é particularmente fácil viajar com pessoas que você mal conhece - o resultado pode variar do desastre completo até a diversão absoluta, mas se você quer bons resultados há de buscar a Pollyanna que existe dentro de todos nós (hummm sei não).

Quero dizer: em uma viagem como essa, improvisada, com dois semi-desconhecidos e uma quase-amiga e sendo escassas as afinidades pessoais, num fe-ri-a-do es-co-lar, para um dos destinos mais populares da Venezuela, a bunyta tem que visualizar todos os prós e sufocar os contras dentro da mala, pois ficar em Caracas all by herself não é opção.

Resultado final: good enough. Deu pra conhecer novas praias, novos restaurantes, novos limites de resistência ao álcool, praticar o pechinchamento com os motoristas de táxi e elaborar meus Top 5 erros & fynesses recém-descobertos.

Top 5 erros

1. Vôo charter para a ilha - me explicaram que charter é quando várias companhias de turismo usam o mesmo avião, como um 'fretado' (já começou o erro). Por isso esse tipo de vôo é extremamente sujeito a atrasos. O nosso, por exemplo, só atrasou 5 horinhas na ida... Chegamos ao aeroporto para voar às 3 horas e gritaram na nossa cara que só saía às 7 da noite. A aerolínea é a RUTACA, se interessar... Não tenho 100% de certeza de quem é a culpa pelo atraso mas o atendimento deles faz o do INSS no Brasil parecer um luxo. Ninguém vem falar com você nem olha na sua cara, e só quando alguém faz menção de pular o balcão de check-in, a atendente faz... um ruído incompreensível.

2. Hotel Puerta del Sol - Veja bem, há dois hotéis com o mesmo nome em Margarita: um em Playa El Agua, que parece interessante, e provavelmente tem todas as benesses de um hotel desta região (perto da praia, serviço de bar na areia e cadeiras próprias para os hóspedes) e um em Porlamar, o centro de Margarita, a cidade mesmo, feia, suja e desinteressante. Foi neste que eu fiquei, por um desses mal-entendidos agência/cliente. Eu não sabia que existiam dois, eles não sabiam que eu não sabia e assim fomos para lá crentes que ficaríamos em Playa El Agua, pero fomos levados pra um espigão AMARELO perto de uma avenida larga e sem nada interessante, nem um restaurante decente e muuuuito longe das melhores praias... Solução: gastar uma fortuna em táxis hotel-praia, praia-hotel, hotel-restaurante, restaurante-bar, bar-hotel.

3. Jantar no restaurante Viña Del Mar (Av. 4 de Mayo, Porlamar) - Pedi um espaguete com frutos do mar e tive que comer uma maçaroca de massa cozida demais com o que parecia ser restos do prato de alguém por cima. Minha amiga comeu menos metade de uma simples massa à bolonhesa (porque nada mais era que massa baratinha com molho enlatado) e passou mal o dia seguinte inteiro.

4. Playa Parguito no feriado, para maiores de 18 anos - A areia fica absolutamente lotada de teens e pré-teens ouvindo reggaeton no último. No mar, surfistas surfam a sua cabeça. Bom, tem quem goste...


Parguito, lotada até onde a vista alcança.

5. Fazer as tão faladas compras duty-free no shopping Sambil - Esta é uma famosa rede de shopping centers da Venê, presente também em Margarita - um complexo enorrrrme perto da entrada de Pampatar. A ilha tem sido uma área livre de impostos há muito tempo, e costumava ser um lugar baratíssimo para fazer compras, também porque o mercado paralelo (ou negro, se quiser) para o dólar permitia uma cotação 3 vezes mais vantajosa para o turista que o mercado oficial. Mas, recentemente, devido a alterações da taxa de câmbio e desvalorização do dólar frente ao bolívar, mais inflação alta, fazer compras lá é mesmo só para caraquenhos sem outra opção - porque os preços praticados são os mesmíssimos de Caracas menos o imposto (IVA). Uó!

Bônus: depois do sucesso do silicone no peito, a bunda de plástico também está à venda no Sambil.

Margarita-enxaqueca: pra quem fala espanhol (e um pouco de venezuelano), clique aqui.


Top 5 fynesses

1. Playa El Yaque - Fica a 5 minutos da parte de trás do aeroporto. É a praia dos windsurfistas e em alta temporada fica cheia de gente de todas as partes do mundo, de todas as idades e muito interessante. Apesar de cheia não fica infernal; o público é bem mais civilizado. Tem restaurantes e bares ótimos - não muito baratos, mas vale totalmente a pena. Eu, se for a Margarita mais uma vez, faço questão de ficar perto de El Yaque.

2. Playas Caribe e Zaragoza, no norte da ilha - Que praias lindas e que sossego. Serviço (cadeiras, guarda-sóis e drinks oferecidos na praia) relativamente baratos e bons. Ainda assim, não seja tímido e leve seu próprio cooler com cervejas e outros.

Calor escaldante e preguiça generalizada.

3. Restaurante La Tequila, no Sambil - Mexicano mais escandaloso onde já fui. Decoração super-colorida e cantores ao vivo GRITANDO música tradicional. Ou seja, se estiver procurando um lugarzinho tranquilo ou romântico já saiba que não é o caso! Mas é divertido, os garçons são mexicanos e simpáticos e a comida é ótima... Só perde para as margaritas. Nós adoramos o lugar: fomos 3 vezes em uma semana.

4. Kamy Beach, open air club na praia de Varadero (Av Aldonza Manrique, Pampatar) - É a balada principal de Margarita. O lugar é enorme, é na areia, mas tem boa estrutura: muitos bares e muitos ambientes. Público entre 18 e 35 anos... Fomos lá uma noite e foi demais, DJs ótimos e público bacana. A única coisa é que devido a uma lei recente a festa não vai mais até de manhã, como antes - acaba às 3h30am e beijos.

5. Passeio a Los Frailes - Estas são as ilhas que se vêem Playa El Agua ou Parguito, e são na verdade pouco visitadas. Para ir lá se contrata um day tour (disponível em qualquer agência de turismo da cidade, em hotéis, pousadas, etc) - um barco simples saindo da Playa El Tirano com 20-25 pessoas no máximo. Nós pagamos ao redor de 40 dólares para ir lá, incluindo o equipamento para snorkeling e almoço e cerveja/água/cuba-libre a bordo. É possível fazer mergulho também (as ilhas não têm praia, então é melhor você escolher um!) e sai pelo dobro do preço. O almoço é simples e gostoso, obviamente peixe. Eu perticularmente adorei fazer snorkeling lá, tem muito pra se ver - muitos peixes caribenhos, polvos, tartarugas ocasionais e até umas barracudas feias e curiosas. Não chegue perto!

Rochedo que separa Parguito de Playa el Agua: é meu, achei primeiro.

Para mais fotos (que ficaram faltando neste post, culpa da preguiça), clique aqui.
As fotos deste post são de Rebecca Hoffman.